A luz.
Lá, sob a porta,
a perder-se de si
e, ao
fundo,
a foto em preto e branco
a perder-se de nós
e desaproximam-se no vácuo
as formas da voz.
E se movem.
Daqui eu vejo a imagem
imprecisa.
O que vês, meu bem?
O que soa estranho?
Oh, Odete, que falta faz o
que
não se aprende na escola
ou nas dobras da lama ou do limo
ou no avesso do instante
Foi por isso que você voltou?
Tomo o seu tempo?
Não me deixe,
por favor!
Tomar o meu tempo?
São poucas as linhas da meada
São urdiduras nas palavras medidas
no arcabouço ou no calabouço
a ferir-me desde dentro.
José Carlos Sant Anna,
28 de outubro de 2025

Olá, amigo José Carlos, gostei muito deste magnífico poema,
ResponderExcluiruma amostra do poema moderno, escrito com maestria.
Bravo, caro amigo José Carlos! Votos de uma excelente semana,
com muita paz, saúde e felicidade.