Se o teto está raso ou vazio
não há escrita possível,
e pouco importa a estridência
da buzina no caminho das árvores
ou que as águas já tenham passado
ou que os tons se desbotem
no sol incipiente deste inverno.
Pouco importa se a ficção é latente.
Tudo parado. Sinto o vento
pela janela, enquanto a meia lua dança
nas curvas dos teus olhos quando
procuro, prisioneiro deles,
com calma, antes que
os meus mordam sua boca
sobre pedras e mar,
outros sabores.
José Carlos Sant Anna,
agosto 2025
Belo poema!
ResponderExcluirQue se sinta sempre "o vento pela janela, enquanto a meia lua dança".
Beijinhos
Eros,
ResponderExcluirMeu amigo sumido.😊
Teu poema é um sopro contido que pulsa feito vento que entra pela janela e deixa tudo em suspensão.
Há nele uma imobilidade que inquieta, um silêncio saturado de desejo e de palavras que ainda não se deram ao gesto.
A imagem do “teto raso ou vazio” como impossibilidade de escrita é poderosa como se a criação dependesse não só de inspiração, mas de espaço interno, de ar. E então, aos poucos, os elementos vão entrando: o som, a luz, o corpo, a ficção tudo latejando no limite entre o que se sente e o que se cala.
“Antes que meus olhos mordam sua boca” verso que é vértice. Ler-te é acompanhar a dança entre contenção e vertigem. E ser arrastado, com prazer, por ela.
Bravo.👏🏻👏🏻
Fernanda 😘
Belas metáforas nessa magnífica poesia. Embora o vento e a lua mostrem movimento, parece que a vida dá um stop, uma pausa. Muita luz e paz. Abs
ResponderExcluirOlá, querido amigo José Carlos,
ResponderExcluircomo sempre encontro aqui, neste espaço de cultura,
poemas como este, que falam de perto, da nossa sociedade e da nossa cultura, dos nossos sentimentos que você faz com um sabor especial.
Parabéns pelo belíssimo poema!
Beijo, amigo, uma ótima quinta-feira.
Boa tarde Amigo JC
ResponderExcluirUm poema de grande sensibilidade, onde o silêncio e o suspenso da paisagem interior ecoam num lirismo contido, mas intenso.
A imagem da meia lua dançando nas curvas do olhar é especialmente bela,quase cinematográfica , deixando no ar essa inquietação entre o que se sente e o que não se diz.
Um poema que sabe pausar, respirar, e sugerir mais do que revela. Belo momento de poesia!
Contunuação de boa semana.
Deixo um beijo.
:)
Hermoso poema.
ResponderExcluirmientras la media luna baila
en las curvas de tus ojos cuando, mientras mira como muerden la boca de la mujer amada.
Delicioso.
Besos
O que nossos olhos procuram, para além de nós mesmos, quase sempre nos cativa à medida que nos surpreende. É um prazer voltar aqui, José Carlos.
ResponderExcluirQue bela poesia!
ResponderExcluirsão muitos os momentos em que a "escrita não é possível". Seja a escrita literal, onde se faz um parto para dar a luz a um texto, seja a escrita metafórica da vida tantas vezes contida pelas circunstâncias.
abraços.
Contrapondo, Sant Anna
ResponderExcluirA mim convém : o verde das árvores
a beleza da Praia do Forte, a contradança da lua cheia,
ficção rimando com atração ,
os olhos castanhos cativo na beleza da sua poesia .
Que venha outros sabores ! E repara lá no seu jardim_
a flor floresce ... entre pedras.
Boa sexta-feira .
Que encanto esse relato da Praia do Forte! As tuas palavras conseguem capturar a brisa salgada, o balanço das ondas e a serenidade do momento de uma forma tão sensível que parece estarmos ali contigo, sentindo cada instante.
ResponderExcluirCom amor,
Daniela Silva 🩷🦋
alma-leveblog.blogspot.com — espero pela tua visita no blog
Olá, caro amigo.
ResponderExcluirUm belo poema aqui nos presenteia. Uma bela homenagem à Praia do Forte. Gostei bastante.
Muito obrigado, pela visita, e gentil comentário no meu cantinho.
Abraço e um feliz fim de semana.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Olá, caro José Carlos
ResponderExcluirDeixei-me embalar nas voltas destes versos, pelo intimismo
da escrita e pela quase "confissão" de que para ela acontecer
teremos de estar resguardados e protegidos na nossa intrínseca vontade de a realizar. E quando se trata de ficção então é mais
difícil, embora latente.
Mas depois há referência à lua, ao vento... A partir daí um certo
lirismo toma conta do poema deixando-nos antever outros
céus e outros sabores.
Um prazer lê-lo, meu amigo.
Beijinhos
Olinda
Belíssima e sensível poesia! Ler-te é dar mergulhos profundos. Parabéns, Deus do Amor!
ResponderExcluirPor que não vejo meu comentário
ResponderExcluirNão veio antes, Annna! Mas estava semeado e deu fruto, rsrsrs.
Excluirbj
A vida é uma permanente procura a que nos prendemos para nos libertarmos.
ResponderExcluirAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Hermoso poema un canto a esas aguas, a esa playa, sentir la marea sobre las rocas, el viento, sentir la caricia sobre la escritura, cuando todo es belleza y paz.
ResponderExcluirMe encanta esta frase: "Siento el viento por la ventana, mientras la media luna baila en las curvas de tus ojos". Hermosa metáfora.
Me encanta leerte, Eros, un placer estar en tu precioso rincón.
Que estés pasando un bonito día.
Besos.
Hermoso poema, sentir la naturaleza es hermoso
ResponderExcluirBesos
A natureza dá vida à nossa alma!
ResponderExcluirBasta apenas um simples olhar e tudo em redor vira magia!
Segui o seu cantinho!
Um beijinho!
💕💕💕Megy Maia
Que responsabilidade: tê-la no meu caminho, risos.
ExcluirAdorei. Quando os olhos ficam prisioneiros de outro a essência é sensível e sensual. Uma poesia lírica com sabor de querer mais. Que importa? se existe praia, sol, mar e lua....
ResponderExcluirum beijo
Hermoso canto a la naturaleza en un bello poema.
ResponderExcluirBesos
Olá, amigo José Carlos!
ResponderExcluirQue versos lindos! E essa praia do Forte, tão linda, até me deu saudades, faz tempo que não apareço por lá.
Adorei as metáforas, as ondas, a lua e o vento. Ao ler a poesia, as imagens vão se formando no nosso imaginário e, ao final, fica um gostinho de quero mais.
Parabéns pelo belíssimo poema.
Abraço, Marli
Eros,
ResponderExcluirpassando para deixar um abraço apertado e agradecer de coração pela sua delicadeza e carinho comigo. Gestos assim iluminam o dia. Obrigada, querido poeta.
😘 Nanda