Se o teto está raso ou vazio
não há escrita possível,
e pouco importa a estridência
da buzina no caminho das árvores
ou que as águas já tenham passado
ou que os tons se desbotem
no sol incipiente deste inverno.
Pouco importa se a ficção é latente.
Tudo parado. Sinto o vento
pela janela, enquanto a meia lua dança
nas curvas dos teus olhos quando
procuro, prisioneiro deles,
com calma, antes que
meus olhos mordam sua boca
sobre pedras e mar,
outros sabores.
José Carlos Sant Anna,
agosto 2025
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