quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Na praia do Forte

 

Imagem Pixabay

Se o teto está raso ou vazio

não há escrita possível,

e pouco importa a estridência

da buzina no caminho das árvores

ou que as águas já tenham passado

ou que os tons se desbotem

no sol incipiente deste inverno.

Pouco importa se a ficção é latente.

Tudo parado. Sinto o vento 

pela janela, enquanto a meia lua dança

nas curvas dos teus olhos quando

procuro, prisioneiro deles,

com calma, antes que

meus olhos mordam sua boca

sobre pedras e mar,

outros sabores.


                    José Carlos Sant Anna, 

                                     agosto 2025



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