Imagem Pixabai
Leves arabescos
tatuados
na correnteza do instante
avançam nas brumas
da urgência do tempo;
leves arabescos
nas veredas da existência,
raízes ávidas,
velando a face da noite
nos vestígios da ausência.
Leves arabescos
na aspereza dos penhascos
resvalam para os mares
em ritmo sincopado
à sombra de um gesto
nos lapsos
da tinta nas pontas dos dedos
como um polvo.
José Carlos Sant Anna,
julho de 2025
Entre o efêmero e o delicado o poema se entrelaça e escorre para desconhecido , como são os arabescos repetitivos e intrincados.
ResponderExcluirHá beleza no que escapa e sensibilidade na ponta dos dedos.
Como sempre , a minha admiração, meu carinho .
Com abraços ,JC
Eros, teus “leves arabescos” dançam entre o efêmero e o eterno. Há algo de líquido e aéreo nesse poema, como se a própria linguagem escorresse por entre rochas e dedos, deixando traços, mas jamais se deixando conter. A imagem do polvo no fim essa criatura de tinta e mistério parece coroar tudo: a escrita como corpo fugidio, memória em movimento, vestígio de um gesto que nunca se apaga completamente. Obrigada por essa passagem
ResponderExcluirLeve, sim mas com a densidade dos que sabem escutar o tempo.
Abraço,
Nanda!
Bom dia JC
ResponderExcluirTão belo o desenho destes arabescos, traços efémeros e persistentes, como se o tempo os tatuasse com mãos de vento.
Há uma musicalidade sussurrante em cada verso, que desliza entre brumas, penhascos e ausências, deixando-nos à deriva no mistério dos gestos não ditos. Um poema que toca com delicadeza... como tinta nas pontas dos dedos.
Gostei bastante.
Dia bom com saúde e Poesia
Deixo um beijo
:)
A correnteza do instante, a urgência do tempo, as veredas da existência são arabescos que, em ritmo sincopado nos dizem, na sombra de qualquer gesto, que a memória e o tempo são conceitos que embora se toquem não são a mesma coisa. A memória é uma viagem no tempo, onde o passado nunca passa e de tempos a tempos regressa para reclamar atenção e entendimento. Tão belo o seu poema, meu Amigo José Carlos.
ResponderExcluirTudo de bom para si.
Um beijo.
A urgência do tempo e a leveza dos arabescos passando como memoria enraizada de um passado quase presente.
ResponderExcluirA tinta nos dedos derrama belas poesias.
Feliz dia com saúde e paz.
Gostei muito.
Acabo de descubrir tu blog, me parece precioso tu poema, te felicito.
ResponderExcluirUn saludo.
Olá!!
ResponderExcluirQue texto mais reflexivo esse!
Pensei em arabescos antigos, de ruínas antigas, que teimam em chegar em nossos dias, e em boa forma, enquanto nossas construções atuais não duram uma geração inteira.
Pensei nesses arabescos como se fossem tradições passadas verbalmente ao longo do tempo...
Pensei na memória coletiva...
Lindo poema!
Obrigado por compartilhar.
Querido amigo, José Carlos, que belo poema para arabescos tão lindos e eternos!
ResponderExcluirQue arte fantástica, e que bem representa o seu poema que fala do tempo, da existência, e velando a face da noite nos vestígios da ausência. Olha que coisa mais linda!!
Sempre inspiradíssimo esse meu amigo!
Levanto e lhe aplaudo daqui, José Carlos!
Uma ótima quinta-feira, com muita paz e saúde sempre!
Um beijo. 🙏🌹
Que encantador esse “Arabescos”! 💙 O modo como descreves padrões sinuosos e emoções subtis evoca uma dança delicada entre forma e sentimento — pura poesia visual e verbal. A leitura tornou-se quase uma contemplação artística.
ResponderExcluir💜 Resto de boa semana!
Com carinho,
Daniela Silva
🔗 https://alma-leveblog.blogspot.com
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Arabescos, leves arabescos!
ResponderExcluirTrês momentos em que os vemos na urgência do tempo, com raízes ávidas, resvalando para os mares. Emaranhados na sua leveza e suavidade, vindos dos árabes ou do renascimento europeu, que importa, se na sua tatuagem vêm até nós na voragem do tempo, de folhagens artísticas e, por vontade do Poeta, trazendo na ponta dos dedos a inteligência desse ser marinho que sabe como passar despercebido.
Excelente, caro José Carlos.
Beijinhos
Olinda
Magnfico poema sobre el recorrido de la vida, los arabescos de cada vivencia o etapa que nos deja marcas en la piel y el alma, leerte siempre es una delicia
ResponderExcluirLa fotografía me ha recordado el legado maravilloso que nos dejaron los árabes
Un abrazo
E aí, poeta, beleza?
ResponderExcluirBeleza de poema usando por tema esses entes artísticos tão admiráveis que são os arabescos. Memória, arte, permanência.
abraços
Eros, o “Leves arabescos”, essa dança poética entre o efêmero e o enigmático, onde o tempo é urgente, a ausência tem vestígios, e até um polvo se mete a artista com tinta nos tentáculos. Claramente, a existência é uma rave silenciosa num penhasco, e os arabescos? Eles flutuam por aí como se tivessem algo melhor pra fazer.
ResponderExcluirResumindo: um poema tão leve que você mal percebe que está sendo empurrado existencialmente penhasco abaixo.
Abraços do amigo
Daniel
https://gagopoetico.blogspot.com/2025/07/silencios-de-inverno.html
Olá, amigo José Carlos, gostei muito de Arabescos, desse
ResponderExcluirseu belíssimo poema, uma mostra clara do talento do poeta
moderno que prestigia a poesia contemporânea.
Grande José Carlos!
Votos de uma ótima semana.
Grande abraço, amigo!
Um poema com arabescos também pode ser bom. E este poema é disso a prova.
ResponderExcluirExcelente, gostei imenso.
Boa semana.
Um abraço.
Muito interessante! Gostei de ler!
ResponderExcluirBjxxx,
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“Leves arabescos” é um poema de contemplação e perda, de insistência sutil contra a efemeridade. A delicadeza do título é apenas a superfície de uma obra que mergulha nas profundezas da existência, com seus abismos e deslizamentos. É uma poesia que não grita, mas sussurra — e justamente por isso, ressoa. Maravilha, querido poeta! Beijos e minha admiração
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