terça-feira, 17 de junho de 2025

Salmo

 


Para Walmir Sant Anna Filho, meu irmão

(in memoriam)

...

E outra luz da casa se foi.

É natural. Pouco a pouco diminui 

o calor nas conversas na sala de jantar

e a névoa das respirações perde-se.

Tudo é aragem quando se dissipa

o que seria a tua última estação

sem deixar-te tempo

para a sobremesa posta à mesa.


Findou o banquete da tua vida

agora a tua ausência nos dói.


                            José Carlos Sant Anna



16 comentários:

  1. Singela homenagem., jC Entendo bem essa fragilidade, o nó na garganta quando não há nenhum verbo que não faça doer. É um hiato e só o tempo muda a dor de lugar. Pense que mesmo quando há lugares vagos à nossa mesa , há luz ,é a família que ainda está lá.
    Um abraço de conforto.

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  2. José Carlos
    Aqui com o meu amigo, quase em silêncio, com o
    coração dolorido. Para uma dor como essa não
    há palavras que possam descrevê-la. Os meus
    sentimentos mais profundos.
    Beijinhos e um grande abraço.
    Olinda

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  3. Uma sentida lamentação feita de forma elevada.
    Continuação de boa semana.
    Abraço de amizade.
    Juvenal Nunes

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  4. Sinto muito esse lugar vazio a encher o seu coração de mágoa. Quebrou-se a corda imperfeita da vida. É mais uma ferida na luz ou uma estrela a brilhar no firmamento.
    Um abraço meu amigo José Carlos.

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  5. Como doi a despedida, não é?
    E como sempre questionamos "por quê" agora, mesmo sabendo mas muitas vezes escondendo o fato lá no fundo do nosso ser, que a única certeza que temos na vida é que a vela um dia apaga.

    Abraços.

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  6. Um poema sereno e pungente, onde a metáfora da casa e do banquete evoca com delicadeza a partida de alguém querido.
    As imagens de uma sobremesa intocada e da névoa que se esvai tocam-nos pela simplicidade com que traduzem o irreversível.
    Com poucas palavras, este poema oferece um abraço silencioso à memória , e à ausência.
    Deixo um abraço.
    :(

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  7. Eros penso…
    esse poema é um lamento em silêncio alto.
    Como se a luz que se foi continuasse acesa nas palavras suaves, mas cortantes.
    “A sobremesa posta à mesa” é de uma delicadeza que rasga… Porque fala não só do fim, mas da interrupção. Daquilo que ficou ali pronto, preparado, esperando quem já não pode vir. A ausência que resta depois do banquete da vida é um vazio cheio de ecos. E é por isso que versos assim, tão simples e tão fundos, não consolam… mas nos fazem companhia.
    Obrigada por partilhar essa luz que, mesmo apagada, ainda aquece no poema.

    Abraço amigo!
    😘

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  8. Querido

    Suas palavras são como um sussurro suave que acalenta a dor da ausência.
    Senti a delicadeza do silêncio que ficou na casa, a falta daquela luz que aquecia os momentos compartilhados.
    É como se a sobremesa, ainda posta à mesa, fosse um convite eterno ao encontro que não se concretizou, um gesto de amor interrompido pelo tempo.

    Sua poesia é um abraço terno para quem fica, um reconhecimento honesto da saudade que ecoa no vazio.
    Obrigada por compartilhar essa homenagem tão íntima, tão cheia de respeito e amor.

    ABRAÇOS

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  9. Que delicadeza e profundidade neste poema, Eros. A metáfora da casa e do banquete traz uma sensação de ausência que toca fundo. A imagem da sobremesa posta à mesa, esperando por alguém que não virá, é especialmente comovente. Uma homenagem serena e pungente.

    💜 Desejo-te um excelente fim de semana!
    Com carinho,
    Daniela Silva
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  10. Bah...querido amigo, essa tá forte,
    dolorida, triste! E quando a gente se
    põe no lugar do amigo... sente uma
    tristeza, misturada com um aperto...
    E até as feições do rosto mudam.
    Linda homenagem, mas dolorida.
    Esse sentimento de perda nos destrói
    um pouco.
    Beijo, querido amigo, fica bem! 🙏🌹

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  11. Um poema tão sentido e tão delicado. Escrever sobre a morte se torna tão triste mas necessário para lembrarmos dos entes queridos que já se foram e deixaram memorias e saudades.
    Sereno final de semana

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  12. Profundo dolor y una ausencia que duele, tu homenaje derrama en cada verso amor y dolor entrelazado, lo siento muchisimo
    Un fuerte abrazo

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  13. Há ausências que doem muito.
    Um magnífico poema, sentido e sofrido. Gostei muito.
    Boa semana.
    Um abraço.

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  14. Olá
    Momento tão dorido e cheio de tanto.
    Mas belo o poema assim como a sentida homenagem.
    Quando parte alguém que nos é coração, ficamos com o peito aberto.
    Temos de ter esperança e guardar com todo o carinho todas as boas memórias.
    Abraço e brisas doces ****

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  15. Quando sentimos a ausência de alguém, isso quer dizer que aquela pessoa viveu bem e encantou.
    Se fez amigo, se fez presente, se fez importante.
    Mas não se iluda: Depois da próxima geração ninguém amis se lembrará.

    Um abraço!

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  16. Este poema llega muy hondo, Eros, parece mentira que tan breve, pueda decir tanto en intensidad, emoción y sentimiento.

    Las ausencias duelen, se clavan en el alma, son dolorosas, pero creo que siempre permanecerán en el recuerdo.

    Me ha encantado. Te felicito.

    Un beso.

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