Cintila a tarde em gozo,
a espuma transborda
pelos vãos das portas,
transpassa o silêncio,
veste uma página
em branco
e se põe a dançar no pátio
esgarçando a tule
que a veste
com as pontas dos dedos.
E canta o malho,
e resfolega o bandoneon
e transborda a taça
em macios borbotões.
Lento o rio oculto da
seiva
flui depois de um grito
prolongado.
José Carlos Sant Anna
11/outubro/2025.
